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Saturday, November 6, 2021

Preço médio da gasolina em SC passa de R$ 2,74 para R$ 6,40 o litro em dez anos - G1

O que faz os preços da gasolina e diesel subirem?

O que faz os preços da gasolina e diesel subirem?

O preço médio da gasolina em Santa Catarina passou de R$ 2,74 para R$ 6,40 desde 2011. Os números são da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A alta do dólar e o aumento da demanda estão entre os fatores para o crescimento nos valores.

Aumento no preço médio da gasolina em SC desde 2011
Valor do litro no mês de novembro
Fonte: ANP

Nos postos de cidades como Florianópolis e Blumenau, no Vale do Itajaí, já é possível ver preços acima de R$ 6,50 o litro anunciados nas bombas.

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Em comparação com a inflação, a alta da gasolina é quase o dobro do aumento médio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador nos últimos 10 anos foi de 76,4%. Se tivesse sido corrigida apenas pela inflação nesse período, a gasolina custaria R$ 4,83 o litro.

Alta no preço da gasolina chega a postos de combustíveis em Santa Catarina — Foto: Maurício Cattani/ NSC TV

Alta no preço da gasolina chega a postos de combustíveis em Santa Catarina — Foto: Maurício Cattani/ NSC TV

O mais recente aumento do combustível ocorreu em 25 de outubro. Com a alta, o preço médio de venda da gasolina passou de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro (alta de 7,04%). É o segundo reajuste no preço do combustível este mês. No último dia 9, a gasolina já havia subido 7,2%.

Preço da gasolina em 2021

O maior crescimento do preço do litro da gasolina ocorreu entre 2020 e 2021. Um ano atrás, o combustível custava, em média, R$ 4,27 o litro. O preço era influenciado por fatores como a redução na demanda mundial por causa da pandemia de Covid-19, que baixou o valor do petróleo.

Porém, de janeiro até novembro, o preço médio no estado passou de R$ 4,59 para R$ 6,40, uma alta de 40% no valor médio. No valor do combustível cobrado pela Petrobras, o aumento no país já chega a 73%, fruto de 11 reajustes anunciados pela companhia.

Formação de preços

A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.

Há ainda o custo do etanol anidro na gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.

Composição dos preços dos combustíveis — Foto: Economia g1

Composição dos preços dos combustíveis — Foto: Economia g1

Desde o governo Michel Temer, a Petrobras alterou a sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional.

Os preços de venda dos combustíveis praticados pela estatal passaram a seguir o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e/ou uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil, por exemplo.

Em 2021, a alta do dólar e a volta das atividades econômicas presenciais, que aumenta a demanda por combustível, encareceu o preço do petróleo – o que também repercutiu nos valores cobrados nos postos.

"Apesar da mudança [na política de preços] ter ocorrido em 2016, até 2020 os fatores internacionais e de câmbio não impactaram e ninguém percebeu (efeitos). Mas a partir de 2020, com as mudanças de mercado internacional, isso passou a refletir nos aumentos da gasolina", afirmou a professora de economia da Universidade da Região de Joinville (Univille) Jani Floriano.

'Congelamento' do ICMS

Santa Catarina acompanhou a decisão conjunta dos estados brasileiros e vai congelar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no preço de combustíveis pelos próximos 90 dias. A decisão foi tomada em 29 de outubro em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários estaduais de Fazenda.

O que foi decidido pelo Confaz é que haverá o congelamento por 90 dias do chamado "preço médio ponderado ao consumidor final". É sobre esse preço médio que incide o ICMS.

Segundo o governo, o objetivo do congelamento do preço médio ponderado, sobre o qual incide o ICMS, é tentar manter os preços nos valores vigentes entre 1º de novembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022. Os estados podem escolher seguir ou não a medida do Confaz.

A medida, segundo os representantes dos estados, "visa reduzir o impacto dos aumentos impostos pela Petrobras e dar tempo para se pensar em uma saída para os reajustes consecutivos".

Medida não impede novos reajustes de combustíveis

Esse congelamento do preço médio ponderado não impedirá que eventuais reajustes anunciados pela Petrobras nas refinarias sejam repassados aos preços dos combustíveis na bomba.

A empresa, que registrou lucro de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre, continuará reajustando os combustíveis com base no preço internacional do petróleo e da taxa de câmbio (dólar).

Como o ICMS não é o único fator que encarece o preço na bomba, mudança dos outros fatores pode continuar elevando o preço para o consumidor final.

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