Aumento da chipa virou indicador de inflação em Mato Grosso do Sul — Foto: Marta Ferreira/g1 MS
Iguaria favorita dos sul-mato-grossenses para o café da manhã e lanches da tarde, a chipa custava R$ 1 em Campo Grande até o início do ano, mas com o aumento no preço das matérias-primas, o preço do quitute também foi reajustado e virou exemplo do efeito da inflação nos produtos.
Atualmente a chipa mais barata encontrada em Campo Grande não sai por menos de R$ 1,25. Mas o valor pode chegar até a R$ 7,50, dependendo do estabelecimento.
Na chiparia de preços populares mais famosa da cidade, no bairro Tiradentes, o preço foi reajustado de R$ 1 para R$ 1,25. A mudança foi sentida pelos clientes, mas não reduziu o movimento.
Mesmo nas chiparias mais populares o preço da chipa subiu de R$ 1 para R$ 1,25 — Foto: Naiane Mesquita/g1 MS
“Eu notei bastante diferença, um aumento, mas na crise que nosso país está, do jeito que está subindo tudo, não tem como manter como comércio, um preço mais acessível para a população”, explica a técnica de enfermagem Mariluce Leite, 47 anos. Ela mora no bairro Rita Vieira, mas prefere comer uma chipa no local. “Principalmente pelo preço, que ainda é mais acessível, e pelo sabor”, frisa.
Mesmo com o reajuste no preço, Mariluce Leite, 47 anos, não abre mão de degustar a tradicional chipa — Foto: Naiane Mesquita/g1 MS
Outra cliente fiel, Lucineia Brasil, 42 anos, também sentiu a diferença no bolso. “Aumentou como tudo, basicamente. Mesmo assim, quando passeamos aqui perto, na Lagoa Itatiaia, sempre passamos aqui para aproveitar e comer uma chipa”, explica.
No estabelecimento em frente até o preço do pão de queijo foi reajustado. “Antes era R$ 1, agora foi para R$ 1,25, principalmente pelo aumento da matéria-prima, que inclui o queijo e a fécula. Pelo preço que vendemos não ganhamos nada com ele, é mais um chamariz para ganhar o cliente”, explica o proprietário da padaria, Mario Sakamoto, 48 anos, que há cinco abriu o local. “Antes da pandemia eu pagava em uma peça de muçarela de 4kg, em torno de R$ 80, agora eu pago R$ 140”, pontua.
Alinhado com o reajuste da chipa, preço do pão de queijo também subiu em Campo Grande — Foto: Naiane Mesquita/TV Morena
Alta de preços
Entre as padarias da região central da cidade, o preço pode variar de R$ 4 até R$ 7,60. Se for pedir por algum aplicativo de entrega, o valor pode chegar até R$ 9, fora a taxa de entrega.
O valor, segundo a sócia-proprietária de uma padaria na Avenida Eduardo Elias Zahran, Luciane Gueno, é em razão da alta do preço dos derivados do leite. “Nessa época de seca, com a escassez de chuva, o valor dos derivados do leite acabou aumentando. O preço dos ovos também subiu muito. Esses locais que conseguem vender a chipa por R$ 1, usam aqueles queijos fake, por isso conseguem um valor tão baixo. Aqui, usamos o queijo curado, que tem um custo mais elevado em relação a esses outros produtos”, explica.
Outros produtos também sofreram com a inflação. Em um local que vende chipa, mas é especializado em saltenha - salgado típico da fronteira de MS com a Bolívia - o preço precisou se reajustado. “Na realidade tudo subiu, quando a gente começou com a saltenha, vendíamos a R$ 7 a unidade. Com a pandemia, baixamos o valor e agora que realmente tudo subiu, toda a matéria-prima subiu, precisamos voltar com o preço inicial. A questão da chipa é realmente o queijo, que é caro. O polvilho também teve um leve incremento, mas não muito. O queijo que usamos aqui é artesanal, feito na fazenda, então também tem um valor maior” ressalta.
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Reajuste no preço da chipa vira 'indicador' de inflação em Mato Grosso do Sul - G1
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