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Monday, October 4, 2021

Aumento no custo de embalagens pressiona preço de enlatados - CNN Brasil

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Um aumento no preço da folha de flanders, insumo utilizado na confecção de embalagens de aço, pode subir o valor dos alimentos enlatados em até 16% e pressionar o orçamento dos consumidores. Um levantamento a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) mostra que, nos últimos 12 meses, as folhas acumularam um aumento de mais de 100%.

Segundo a ABIA, as lâminas são responsáveis por até 25% do valor dos produtos industrializados. Para tentar minimizar os impactos, a associação enviou, no mês de junho, à Câmara de Comércio Exterior (Camex), um pedido de redução do imposto de importação de flandres, que está sendo analisado.

Para o presidente executivo da associação, João Dornellas, a necessidade da importação se dá pelo fato de apenas uma empresa produzir o produto no Brasil.

“O grande impacto no mercado foi sentido a partir do segundo semestre de 2020, quando a indústria de alimentos passou a enfrentar dificuldades no abastecimento da folha de flanders, além da aceleração dos preços. Acrescentando que, atualmente, a entrega do insumo está ocorrendo com atraso de cerca de 25 dias, com tempo de espera até 55 dias. Em condições normais, são, no máximo, 30 dias para entregar.”, explica o presidente.

Ainda segundo Dornellas, esse aumento de preços nos alimentos afeta principalmente os mais pobres. “A maioria dos produtos enlatados estão presentes na cesta básica. E outro fator, é o consumo. Uma pesquisa da ABIA mostra que a população com até cinco salários-mínimos é responsável pelo consumo de até 65% desses tipos de alimentos.”, conta.

Os custos de produção industrial seguem influenciados pelos preços dos commodities no mercado internacional e a restrição na oferta de insumos no mercado interno. De acordo com a ABIA, importantes insumos utilizados na produção de embalagens de alimentos, como as resinas plásticas e o óleo de palma, seguem com quadro de oferta restrita no mercado interno e preços elevados, acumulando altas superiores a 100% em 12 meses.

Responsável pela produção do insumo no Brasil, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou à CNN que a produção de folha de flanders não foi interrompida durante a pandemia de Covid-19 para “priorizar o fornecimento do insumo aos setores essenciais, como o de alimentos e aerossóis”. Entretanto, a companhia admitiu que não trabalha com toda capacidade de produção, pois não há necessidade, já que o mercado está bem abastecido. Já em relação ao preço do insumo, a CNS esclarece que os valores estão “totalmente alinhados ao mercado internacional, acompanhando a alta das matérias-primas, como minério de ferro, carvão e coque, e também do dólar”

Para o professor e economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Mauro Rohlin, a pandemia do novo coronavírus foi o principal motivo para a alta no custo das embalagens. Além disso, ele cita também a desvalorização cambial e acréscimo no preço das comodities.

“Todo produto comprado no comércio internacional é feito em dólar. A instabilidade política e econômica do Brasil fez com que o Real fosse super desvalorizado durante a pandemia, em torno de 30%. E esse mesmo valor foi convertido para todos os produtos que a gente compra fora do país. E tem um agravante. O preço das comodities também cresceu muito, além da pandemia de Covid-19, principal fator para todos os problemas atuais. Você junta isso tudo e consegue entender a alta no preço”, disse o pesquisador.

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