Com preço alto da carne, venda de pé de frango cresce
A alta no preço das carnes de boi, frango e porco levou os consumidores a procurar por fontes de proteína menos nobres nos açougues de Ribeirão Preto (SP). Na loja do açougueiro Paulo de Almeida, o pé de frango é o item mais pedido. Ele chega a vender, em média, 100 quilos por dia.
“Era uma coisa muito rara de vender. Hoje vende demais, muito por causa do preço. Ficou muito caro o custo de vida a respeito do alimento. [O público] acaba migrando para essas coisas mais em conta.”
O açougueiro afirma que os quilos de pé, de pescoço e do dorso costumam ser vendidos de R$ 6,90 a R$ 8,90.
Quilo do pescoço de frango é vendido a R$ 6,90 em açougue de Ribeirão Preto, SP — Foto: Chico Escolano/EPTV
Na última semana, o aposentado Benedito Cristino comprou dois quilos de pé de frango. “Eu gosto. Minha mulher é quem faz, fritinho, cozido, canja. Perto das outras carnes, está bom", afirma.
Enquanto isso, um quilo de coxão mole bovino sai a R$ 42,30. No balcão, o aposentado Antônio Camargo analisa os preços da carne e faz cálculos para ver o que está mais em conta.
“Eu vejo se eu vou poder comprar. Está muito difícil [comprar carne]. Está tendo que procurar por opção.”
Maria Aparecida Cypriano, que já gostava de pé e pescoço de frango, passou a comprar mais em Ribeirão Preto, SP — Foto: Chico Escolano/EPTV
Já Maria Aparecida Cypriano, que já gostava de pé e pescoço de frango, só atualizou o número de vezes na semana em que os itens aparecem na lista de compra.
"Eu amo. Pé na minha casa é uma festa. Eu compro o pé e faço com caldo, cebola salsinha e tomate. A gente come até parar o olho. Da carne de frango, eu gosto do pé, do pescoço e do dorso. Está valendo a pena levar", diz.
Mas o aumento na procura por esses alimentos não impediu que o valor também subisse. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), o preço sofreu reajuste de 22%. No entanto, continua sendo mais vantajoso.
“O que acontece é que as pessoas tendem a substituir. Primeiro, elas substituíram a carne bovina pela suína e a de aves, mas chega uma hora que começa a subir também e o consumidor não tem outra alternativa. Ela passa a buscar os chamados bens de consumo inferior, que nem são tão comercializados, mas que passam a ser mais buscados por causa dessa perda de renda”, diz o economista Edgard Monforte.
Carnes em açougue de Ribeirão Preto, SP — Foto: Chico Escolano/EPTV
Comida cada vez mais cara
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,89% em agosto para 1,14% em setembro, apontam os dados divulgados na sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação do grupo alimentação e bebidas acelerou de 1,02% em agosto para 1,27% em setembro. Desde março, a taxa para este grupo acelera a cada mês.
A principal influência do aumento em setembro, segundo o IBGE, partiu da alimentação no domicílio, que acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro.
As carnes tiveram reajuste de 1,10% e foram as principais responsáveis pelo resultado, com impacto de 0,03 p.p.
Todavia, os alimentos que registraram os maiores aumentos de preços no mês foram a batata-inglesa (10,41%), o café moído (7,80%), o frango em pedaços (4,70%), as frutas (2,81%) e o leite longa vida (2,01%).
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Alta no preço da carne eleva vendas de pé e pescoço de frango nos açougues de Ribeirão Preto - G1
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