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Tuesday, August 31, 2021

Bolsonaro volta a tentar repassar aos governadores culpa pelo preço dos combustíveis - Valor Investe

Em mais uma tentativa de repassar aos governadores a culpa pelo alto preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que o preço médio para incidência do ICMS é "calculado entre amigos". O presidente também defendeu a troca que fez no comando da Petrobras no início do ano e prometeu começar a trabalhar no preço do combustíveis.

O levantamento sobre a média de valores praticados pelos postos é utilizado pelos governadores para aplicação do percentual do imposto, que tem variações a depender do Estado.

"Os governadores dizem que o ICMS não mudou. Não mudou, mas a Constituição manda colocar valor fixo", alegou o presidente. "Toda vez que aumenta 1 centavo o preço da gasolina, tendo em vista que o ICMS erradamente incide sobre o preço de tudo, tem 2 [centavos] na ponta da linha. E às vezes diminui 1 centavo e não diminui porque não querem perder receita. E a média de cálculo de 15 dias do preço da gasolina é feita ali entre amigos", afirmou.

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Segundo Bolsonaro, o seu governo colocou técnicos nas estatais e elas passaram a dar lucro. Ele minimizou a reação do mercado à troca na presidência da Petrobras, quando o economista Roberto Castello Branco deu lugar ao general Joaquim Silva e Luna, e prometeu agora "trabalhar" no preço dos combustíveis.

"Agora, está saneada a Petrobras e a gente começa a trabalhar a questão do preço do combustível, mas não adianta eu tratar de preço se o ICMS tiver este valor variável, que interessa a muitos governadores", argumentou o presidente.

"Na Petrobras, nós mudamos o presidente tem quatro ou cinco meses, uma onda, Petrobras perdeu R$ 20 bilhões, aquele papo de interferência. Agora, um prefeito assume lá e não pode trocar um secretário? No meu entender, tem que trocar todo mundo, raramente fica alguém. A Petrobras já recuperou", complementou, se dirigindo a um prefeito que estava na plateia.

Questionado sobre um apoiador sobre a campanha à reeleição, o presidente assegurou que fará campanha nos mesmos moldes de 2018, sem grandes investimentos.

"Se eu vier candidato, vai ser a mesma coisa. Eu não vou gastar dinheiro porque, se eu começar a gastar, vira corrupção. Para a gente chegar manco, chegar pato manco, daí não dá", finalizou.

Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

Bolsonaro e Guedes — Foto: Agencia Brasil

Bolsonaro e Guedes — Foto: Agencia Brasil

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