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Saturday, July 24, 2021

Preço do minério de ferro sofre a maior queda semanal nos últimos 17 meses - Diário do Comércio

Em escalada desde o início da pandemia de Covid-19, no fim do primeiro trimestre do ano passado, o preço do minério de ferro vem desacelerando nas últimas semanas, a partir dos esforços do governo chinês para reduzir a produção de aço e os preços do insumo siderúrgico, com o objetivo de controlar a inflação e até mesmo conter as emissões de carbono na atmosfera.

Apenas o minério de ferro negociado em Dalian registrou na sexta-feira (23) a maior queda semanal em 17 meses. Na avaliação de especialistas, porém, apesar dos efeitos imediatos, a redução não deverá ser duradoura.

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Para se ter uma ideia, desde março de 2020, o preço do minério com teor de 62% de ferro mais que dobrou por conta da redução de oferta provocada pela crise imposta pela pandemia. Neste ano, o produto seguiu em valorização e alcançou recorde de US$ 230 por tonelada em maio. Agora, o contrato mais ativo da matéria-prima siderúrgica na bolsa de commodities de Dalian, para setembro, fechou em queda de 2%, a US$ 173,60 por tonelada, engatando a quinta sessão consecutiva de perdas.

O vencimento recuou cerca de 10% em relação à semana anterior, o que representa sua maior queda semanal desde fevereiro do ano passado, e agora está 17% abaixo do pico atingido em maio. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de Cingapura, para agosto, cedeu 0,2%, a US$ 197,25 a tonelada.

Na avaliação do analista de investimentos da Mirae Asset Wealth, Pedro Galdi, o governo da China está buscando derrubar os preços das commodities, que vivem um boom, e já conseguiu interferir nos preços da soja, milho e cobre vendendo estoques que detinha. No caso do minério de ferro, como seus estoques não estão elevados, a estratégia é pressionar as siderúrgicas a produzir menos, sob a justificativa da alta poluição do país.

“Funciona? Sim, estamos vendo acontecer. É duradouro? Não, pois com a retomada da economia mundial, as siderúrgicas terão mais demanda e terão que repor os estoques, levando os preços a subirem novamente. Acredito que US$ 200 por tonelada é um preço médio aceitável para o segundo semestre“, avaliou.

De maneira semelhante, o analista da Terra Investimentos, Regis Chinchila, explicou que preocupado com inflação, emissões e o impacto no custo mais alto das commodities para indústrias e famílias, e consequentemente ao crescimento econômico da China, o governo do gigante asiático impôs restrições à produção de metais, reduziu as compras de carvão e outras commodities, e impôs algumas regras de alavancagem e controle de oscilação até mesmo no mercado futuro para tentar “segurar o preço”.

Porém, Chinchila lembrou que embora as movimentadas bolsas de commodities da China costumem ser alvos sempre que o governo sente que os preços estão saindo do controle, historicamente essa pressão não funciona no longo prazo.

A relação entre oferta e demanda deve ser o foco dos investidores. Conforme os países desenvolvidos forem se recuperando e reabrindo suas economias, os preços voltarão a ter sustentação. Por isso, acredito em um alto patamar dos preços pelo menos até 2022“, comentou.

O sócio e head de Renda Variável da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga, por sua vez, ressaltou que a perspectiva para o consumo de minério global, principalmente pela China, segue positiva. E que nem mesmo os esforços por parte daquele governo deverão impactar em uma queda muito brusca nos preços do insumo siderúrgico. Porém, deverá haver certa volatilidade daqui para frente.

“Os preços estão muito vinculados às tomadas de decisões do principal consumidor do mundo, que é a China, mas a retomada econômica tem sido forte e a gente não vê muito espaço para grandes quedas”, disse. (Com informações da Reuters)

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