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Wednesday, July 7, 2021

Preço do leite dispara | Geral - Diário Popular

Apesar do atraso, aos poucos a produção começa a acelerar na Zona Sul. (Foto: Murilo Neitzke)

Apesar do atraso, aos poucos a produção começa a acelerar na Zona Sul. (Foto: Murilo Neitzke)

Clima pouco favorável para as pastagens, insumos mais caros e aumento na demanda por leite causado pelo frio. A soma desses fatores resulta em um preço mais caro nas prateleiras dos mercados. Uma pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que o preço do leite captado em maio e pago aos produtores em junho registou alta de 8% na “Média Brasil” líquida, indo para R$ 2,201 por litro.

Ainda segundo a pesquisa, o valor do mês passado ficou 34,9% acima do registrado no mesmo período em 2020. No primeiro semestre de 2021, o valor médio do leite recebido por produtores, de R$ 2,05 por litro, foi 33,6% mais alto do que no mesmo período no ano passado. A realidade nacional é a mesma vivida na Zona Sul do Estado. Segundo levantamento da Cooperativa Sul-Rio-Grandense de Laticínios Ltda, Danby Cosulati, em médio o litro do leite custou R$ 1,48 no ano passado. Em 2021, porém, este valor é de R$ 1,92. Consequentemente esse valor acaba chegando até o consumidor. Segundo informações do aplicativo Menor Preço, do Governo do Estado, o litro do leite longa vida está entre R$ 3,85 e R$ 3,99 nos supermercados de Pelotas.

Em seu informativo conjuntural da semana, a Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas aponta a condição climática como uma das principais causas deste aumento no preço do produto. “Como em abril e maio foi muito seco, com chuvas muito abaixo da média, as pastagens de inverno atrasaram muito. Então agora já era para estar com alta produção e ainda não está. Como não está se produzindo o que era esperado, a entrega baixou um pouco e por isso o leite aumentou novamente”, explica o médico veterinário e extensionista rural da Emater, Marcelo Souza.

Insumos mais caros e consumo mais intenso
Outro fator determinante para o aumento do leite é o custo dos insumos. Além do aumento do dólar, que tem um impacto direto em produtos como ração, adubo e óleo diesel, ainda se soma a isso o valor da energia elétrica. O preço dos insumos afeta o produtor em todas as frentes, tanto na hora de comprar a ração quanto para adquirir produtos para melhorar a pastagem. Esse é o caso de Valquíria Peter Goldbeck, que possuiu uma propriedade de agricultura familiar em Morro Redondo.

“A ração, que é à base de soja e milho, tudo é com dólar. E para produzir eu preciso de uma ração de qualidade. Eu tenho que ter produtos como adubo e ureia para ter pasto de qualidade e hoje eles dobraram de preço. O custo de produção está muito alto para produzir um litro de leite. E tu vê muita gente desistindo de produzir leite porque a mão de obra é cara, os insumos são muito caros.  Se for colocar na ponta do lápis tu tens que produzir uma grande quantidade, tem que ter bastante vaca em ordenha para ter um custo de produção bom”, afirma.

O clima volta a ser “vilão” no preço alto por outro fator: o aumento no consumo. Com a chegada do frio, a população acaba substituindo um pouco as bebidas mais refrescantes pelas quentes, onde o leite entra como um dos favoritos do consumidor.

“Nessa época o consumidor acaba tomando mais leite devido ao frio, a demanda sempre acaba aumentando. No inverno sempre tem mais demanda com o verão. O pessoal acaba ficando mais em casa, tomando mais café quente, em vez de água e sucos como acontece no verão”, comenta Marcelo Souza.

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