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Saturday, June 5, 2021

Preço do leite no campo aumenta 2,37% no Estado - Diário do Comércio

O preço do leite pago ao produtor em Minas Gerais apresentou nova alta, em maio, referente à produção entregue em abril. Conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado o aumento ficou em 2,37%, com o valor líquido do litro de leite estimado, em média, a R$ 2,05. A alta é considerada essencial, já que os custos de produção estão elevados e vêm sendo puxados pelos crescimentos recordes vistos nos preços da soja e do milho, itens que compõem a ração animal. 

De acordo com o Cepea, os preços do leite no campo também avançaram na média nacional.  Segundo pesquisa, a média Brasil líquida do leite captado em abril e pago em maio subiu 2,7% em relação ao mês anterior, indo para R$ 2,03 o litro.

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Os pesquisadores do Cepea explicam que a valorização do leite no campo está atrelada à diminuição da oferta do produto, devido ao clima seco, e à elevação dos custos de produção. O Índice de Captação Leiteira (Icap-L) caiu 1,1% de março para abril, influência que veio, principalmente, de uma queda média de 2,7% no volume produzido na região Sudeste. Desde o início deste ano, o Icap-L já acumula recuo de 13,2%. 

A redução da produção leiteira acontece tradicionalmente entre o outono e o inverno. Segundo o Cepea, o menor volume de chuvas nesta época do ano limita a disponibilidade e a qualidade das pastagens, afetando negativamente a alimentação volumosa do rebanho e, consequentemente, a produção de leite.

Seca mais severa

Com a oferta reduzida, normalmente é registrada elevação dos preços do leite entre março e agosto. Porém, neste ano, a seca tem sido mais intensa, atingindo com gravidade importantes bacias leiteiras do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País.

Os pesquisadores destacam ainda que a seca mais severa, além de prejudicar as pastagens, tem diminuído a produtividade das lavouras de milho e a qualidade da silagem, agravando ainda mais a situação de pecuaristas, que já enfrentam preços recordes com a alimentação do rebanho. O aumento dos custos, já que grande parte é balizada pelo dólar, que está valorizado, também atinge os adubos e fertilizantes, insumos importantes para a produção de volumosos.

Mas, mesmo com esse aumento dos preços do leite, o reajuste ainda é insuficiente para acompanhar a alta dos custos. O levantamento do Cepea mostrou que existe uma perda substancial na margem do produtor nos últimos meses.

Perda na margem

Para se ter ideia, de janeiro para abril, a quantidade de leite necessária para adquirir uma saca de 60 quilos de milho subiu de 42 litros para 47 litros, um aumento de 13,4%. Comparando abril deste ano com o mesmo mês do ano passado, a perda no poder de compra chega a 31%.

Com a margem de lucro comprometida, os investimentos na atividade estão reduzidos, o que vem prejudicando o manejo alimentar dos animais e estimulando o abate de vacas, uma vez que as cotações no mercado de corte estão atrativas.

Os pesquisadores do Cepea alertam que o descarte de vacas é um indicador de que a produção de leite deve demorar a se elevar, mesmo diante do estímulo dos preços, o que deve reforçar o cenário de baixa da oferta nos próximos meses.

A baixa oferta de leite já vinha elevando os preços no mercado spot desde abril. Dados do Cepea mostram que o preço do leite no mercado spot de Minas Gerais subiu 1,7% entre a primeira e a segunda quinzenas de abril, com a média mensal chegando a R$ 2,04 por litro. O movimento de avanço seguiu em maio, com elevação de 16,7% e a média a R$ 2,39 por litro. A alta, segundo o Cepea, deve impactar o preço do leite captado neste mesmo mês.

Mercado consumidor

Com a menor oferta, estoques nas indústrias reduzidos e a valorização dos preços no campo, o repasse para o mercado consumidor vem ocorrendo, mas é um desafio já que maiores ajustes vão esbarrar na queda de renda da população. 

Os pesquisadores do Cepea explicam que o menor poder de compra do consumidor e a pressão dos canais de distribuição limitaram maiores valorizações. “É importante frisar que o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o avanço da pandemia têm fragilizado a demanda, o que pode manter controlado o movimento de avanço nos valores do leite no campo mesmo no contexto de baixa disponibilidade e de custos elevados”, trouxe o levantamento.

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