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Friday, May 14, 2021

Postos aumentam preços de combustíveis em Belo Horizonte e região - O Tempo

Desde o começo do ano a gasolina subiu 26%, o diesel 15,5% e o etanol 23,5% até abril, atraso na colheita da cana de açúcar impacta no preço do etanol

O aumento do preço dos combustíveis em Belo Horizonte e região metropolitana nas últimas semanas chamou a atenção dos consumidores. Gasolina, etanol e diesel apresentaram variações nos postos nas últimas semanas, no caso da gasolina e do diesel o aumento ocorreu mesmo sem nenhum aumento nos preços das refinarias desde do dia 30 de abril.

Entre quinta (13) e sexta-feira (14), o jornal flagrou dois postos que aumentaram em 11 centavos o preço da gasolina, 1,93% do valor, e e em 20 o do etanol, 4,66% mais caro. 

Segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais da UFMG (Ipead), desde janeiro a gasolina subiu 26%, o diesel 15,5% e o etanol 23,5%, dados que não consideram o aumento das últimas semanas.

Responsável pelo site Mercado Mineiro, que acompanha o preço de vários produtos no estado, o economista e administrador Feliciano Abreu acredita que o aumento é uma tentativa dos donos de postos de combustíveis para repor as perdas, pois a alta ocorre justamente quando o comércio é reaberto. "O consumidor está tendo a impressão que ele está pagando o pato. Mais uma vez, depois de um longo período parado ou com poucos carros nas ruas, notamos que existe um certo aumento de preço com base na especulação", descreve.

No caso da gasolina e do diesel, o último reajuste da Petrobras foi de redução de cinco centavos por litro, no dia 30 de abril. Mesmo assim, o preço aumentou nas bombas, de acordo com a média de preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para Belo Horizonte. De abril até a segunda semana de maio, foi registrado um aumento de 0,63% no preço da gasolina nos postos e de 7,88% para o diesel .

O economista afirma que esse tipo de procedimento pode até dificultar uma retomada do comércio. "O consumidor está com pouco dinheiro no bolso e não tem recursos para bancar o tempo em que os postos ficaram parados. É um prejuízo muito grande para a economia, porque sabemos que o combustível agrega muito quando está barato, mas quando o preço é alto desanima o consumidor", explica.

Abreu também falou do impacto do período de safra da cana de açúcar, que está atrasada. "O etanol que já vinha subindo agora aumentou em quase cinquenta centavos em 15 dias, desapontando os motoristas". Segundo o comparativo de preço nos postos da ANP, o preço do etanol subiu 8,88% em 14 dias. 

Etanol vai continuar caro


O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, conta que o atraso na colheita ocorreu pela falta de chuva nas regiões de produção. "Essa safra de 2021 e 2022 está  sendo muito afetada por um período forte de estiagem e isso impacta na produção do etanol. A safra que já deveria estar a pleno vapor  está bem atrasada, principalmente em São Paulo, que é a principal região produtora no Brasil. Isso limitou a nova oferta do produto". 

Ainda segundo ele, o consumidor e o mercado estavam habituados a observar uma redução nos preços do produto durante o período de safra, o que ainda não ocorreu. "Acredito que nas próximas semanas, quando a safra efetivamente engrenar, vamos ter algum tipo de redução de preço, mas não vamos ver o que víamos em outros anos, com queda brusca dos preços, teremos um período de maior estabilidade", apontou.

Aquecimento da economia impacta no preço

Eduardo Antunes, que é gerente de pesquisa do Ipead argumenta que o impacto da retomada das atividades econômicas é um dos fatores que aumenta o preço dos combustíveis. "No ano passado, por conta da pandemia, vimos uma redução muito grande no preço do barril de petróleo. Como o preço dos combustíveis está ligado ao mercado internacional, o preço do combustível caiu e a redução só não foi maior por conta da alta do dólar", explica.

A reportagem entrou em contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), que representa os donos de postos do estado, mas não foi respondido até o fechamento desta matéria.

Motoristas reclamam do aumento

Guilherme Vieira, 38, trabalha há cinco anos como motorista de aplicativo, rodando na região metropolitana de Belo Horizonte e percebeu os aumentos nos preços da gasolina e do etanol. "Eu vi que começou a subir já no começo de maio, mas nesta semana subiu muito. E parece que subiu tudo em escala, subiu o etanol e a gasolina foi junto. Pra mim que trabalho com isso é muito ruim, faz mais de seis anos que não acontece um reajuste nos valores das corridas e por isso quando sobe o preço do combustível só eu perco, o aplicativo continua ganhando a mesma coisa", reclama.

Carlos Eduardo Pereira da Silva, 41, também trabalha com aplicativos e relata que o aumento dos combustíveis teve um forte impacto no seu rendimento mensal. "Nos últimos meses eu vi que aumentou demais, por semana estou gastando R$ 200 a mais em combustível do que eu gastava antes. Tive que aumentar minha jornada e passar a ser mais seletivo para escolher as corridas, se não eu acabo perdendo dinheiro só para levar um passageiro. A gasolina está tão cara que o risco é eu ficar girando igual a um caracol, deixar o dinheiro todo no posto de gasolina e não levar nada pra casa", afirma.

Mesmo usando apenas gasolina ele acredita que o aumento do preço acompanhou a escalada do etanol. "Só de parar no posto a gente já vê o tanto que aumentou, nem vale a pena pensar se vai usar etanol".

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